SUBSTANTIVO FEMININO
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Redução de espaço ou de tempo; carência, falta.
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Estado de ansiedade, inquietude; sofrimento, tormento.
– Antônimo de contentamento e paz.
Dói.... Parece arrancar tudo que há de dentro do peito, restando
apenas o vazio.... O oco, o obscuro, o nada.
Ela que aflige tantos seres humanos.... Tão desesperadora em si
mesma, avassaladora, leva tudo.... Arranca lágrimas inúteis, e,
sequer a esperança é capaz de expulsá-la, mandá-la embora....
Angustiosa angústia tão possuidora e possessiva: quer o ser para
ela, quer levá-lo para o buraco mais fundo que possa existir, pela
falta, pela dor, pela raiva, ou pela “perda”. “O achismo” da
perda... Pois aqui nada se perde ou ganha, tudo é (trans)formação,
(trans)mutação. Muda de forma. De tempo. De ciclo. De estação.
Causadora de depressão e muitos suicídios... Por que nós seres
humanos tão falhos e fracos aos sentimentos tentamos suportá-la?
Suportar não é suficiente. É preciso ir além, transpô-la,
transcendê-la. Quando se consegue é um êxito sem fim, pois o
caminho pode seguir ao ser possível ver que “nem tudo está
perdido”. E que existem sim, outros risos, outras alegrias, outras
cores, e quem sabe até outras dores. Mas não essa. Não essa dor de
sentir dor pela ausência de dor.
Ausência, desespero, terror. Não há antidepressivo que resolva,
pois a existência humana é mais complexa que uma pílula. As
relações interpessoais precisam ser vividas para que dores e
angústias, receios e medos se dissolvam.
Possessiva, leva o ser para uma solidão que ninguém consegue
entender ou enxergar... Apenas sentir... Só sente quem nela está...
Alguém grita: “save-me”! Grita para o mundo, tentando ser
ouvido... Por outro Alguém, pelo Nada, pelo Universo... Grita com
todas as forças.... Na esperança dela passar... A dor passar.... O
vazio passar... A dita cuja angústia ir embora para jamais voltar...
Declara: “Save-me”? Salve-se de si mesmo! Não há salvação
possível no além. Está tudo aqui... “Está tudo em você”...
És um ser pleno.... Pleno de si mesmo....
A angústia deixa de existir ao perceberes o imprescindível: o
instante. Que é exatamente este: o AGORA em que tudo é possível. O
contentamento, a paz, o estar-se vivo, e o mais lindo de tudo isso
que se disse: cada pessoa dá o seu próprio sentido à existência –
é o que importa.
(2014)
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