Era uma vez uma flor...
Uma flor que não sabia que flor era; e o que era ser flor.
E do que lhe lhe diziam duvidava.
Apesar de ver outras flores não acreditava mesmo ser uma.
Dualidades existiam.
A flor é tão bela e doce qual ela não era (sempre), e existiam tantas flores que não queria ser igual a nenhuma.
E rolou tal impasse: era ou não era flor?
*
Eis que surge a ovelha, que também come flor.
E como a raposa e o príncipe, a flor cativou a pureza.
Porém ela duvidava. A flor sempre duvidava.
E queria provas de amor.
Queria ver com os próprios olhos.
"Da boca pra fora" a gente diz tudo.
*
Ela foi envenenada.
Não sabia como ser sempre tão pura diante do amor.
Não sabia outra forma para acreditar senão questionando, vendo, sentindo, vivendo, testando.
E o pior é que a ovelhinha fazia o mesmo com ela.
Se enciumava.
Fazia poemas de amor.
Sua felicidade era a flor. - Era o que dizia. -
E a flor pensava: - Mas como?!
- Como se diz que ama, e diz que não existe amor?
*
A flor ficou louca.
Queria viver a pureza e beleza daquele sentimento terno e simples.
Viajou, voltou.
Mas não adiantou: Acreditava e duvidava.
Assim quase morreu, e renasceu depois.
(25.07.2013)
Se alguém ama uma flor da qual só exista um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para fazê-lo feliz quando as contempla. ele pensa "Minha flor está lá, em algum lugar..." Mas se o carneiro come a flor, é, para ele, como se todas as estrelas se repentinamente se apagassem! E isto não tem importância?
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